CONTOS DE

ILONA BASTOS

 

CRÓNICAS E CONTOS
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Fauna & Flora: AS FLORES, AS FOLHAS E O VENTO

As flores são lindas!
Reguei-as há pouco e balançam na aragem.
Não as plantei, nem sei como se chamam, embora lhes reconheça os traços, o tom róseo das pétalas, o amarelo dos estames.
Não são bastardas nem párias. São flores de jardim, ou pelo menos de vasos, bem guardados e cuidados.
Aqui, não sei como chegaram. Mas nesta floreira já nada estranho. Dela surgiram e cresceram as mais belas e variadas plantas, cuja origem desconheço.
Antes assim!

Na marquise, surpreendentemente, voltam a nascer orquídeas – já a haste se eleva com naturalidade para a luz da manhã! E neste súbito assomo de vida (desistira já de ver brotar orquídeas destes bolbos discretos…) leio o sinal do renascimento, e fico feliz!
 
Na rua, é o vento…
Brando, fresco vento, que leve levanta o meu cabelo e voa.
Vai o pensamento na suave carícia deste vento verde que as árvores agita…
Vento brando, fresco, que é brisa de Outono.
Ali se distrai, nas folhas em dança pelo chão da rua.
Vento que é dourado, vento que é castanho, vento que não estranho, pois meu coração habita.



Lisboa, 18 de Outubro de 2007


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Pintura de Goya

Som de Fundo: Rimsky Korsakov, Sheherazade

Mais recente actualização: 25 de Novembro de 2007